sábado, 5 de dezembro de 2009

Pé na faixa, mão no bolso

Há alguns dias a CMTU, companhia responsável pelo trânsito e urbanização daqui de Londrina, abriu uma nova campanha de cunho educativo com o título de "Pé na Faixa: atitude depende do primeiro passo". Título cujo significado conflita diretamente com a intenção das autoridades, assim como se ve nos panfletos de leitura rápida que estão sendo distribuídos pela cidade. Mas conflita por quê? Simples. A frase sugere que a atitude depende do primeiro passo e que este será dado na faixa de pedestres, logo, coloca o pedestre como principal agente intensificador da campanha e responsável pelo ideal da mesma. Mas responsabilizar o pedestre? Isso é lenda. No caso, uma desculpa para a propaganda pois a culpa recai nos motoristas e motociclistas que devem respeitar mais o pedestre. A campanha pouco fala sobre a reeducação dos costumes imbecis de alguns pedestres, voltando a maior parte do discurso no que acredito ser uma tentativa de ressocialização dos motoristas e motociclistas.

O fato é que nós, desde que nos botamos fisicamente para o lado de lá da calçada, seja a pé, de carro, de moto, de bicicleta ou de qualquer diabo, nos tornamos elementos do trânsito. O trânsito é uma das formas mais veementes do convívio social e que muita gente ainda inisiste em fingir não ser parte. O que as autoridades, sejam de Londrina ou de qualquer lugar, ainda não entenderam é que a ressocialização deve ser empregada no ser humano em condição de pessoa, não em como ele se locomove dentro do trânsito. O motorista que fura sinal, não dá seta e peca na educação no trânsito é o mesmo pedestre safado que opta por atravessar a via correndo e se mete no meio dos corredores, comuns acessos de motoboys furiosos, mesmo quando estão a menos de dez metros de uma faixa de pedestres. Se o cidadão entende sua posição como elemento do trânsito e também a importância de um convívio saudável nesse meio, será um cidadão educado tanto ao dirigir um carro quanto ao atravessar uma via como pedestre.

Existem pessoas que são pedestres integralmente no trânsito e é aí que mora o perigo. Tratanto o pedestre como constante vítima, as autoridades criam pessoas egoístas de costas-quentes, com ciência de que a lei está do lado delas. Na teoria, infrações cometidas por pedestres também são passíveis de multa, mas a realidade é outra e o pedestre já se acostumou com o jeitinho malandro de encarar o tráfego urbano.
A educação de trânsito faz parte da educação social, mas é uma vertente tão complexa que deve ser estudada com mais seriedade. Milhões de pessoas morrem em acidentes e esse é o fato que comprova a seriedade com que o trânsito deveria ser levado não apenas por motoristas e motociclistas mas também por pedestres. O problema é que pedestre não tira CNH para ser pedestre e é comum vermos crianças atravessando as ruas de maneira extremamente perigosa, próximos à curvas e cruzamentos. Nosso código de trânsito nos obriga a sermos cautelosos e diminuirmos a velocidade de nosso veículo quando em proximidades de colégios e dentro de bairros, o que diminuiria um pouco os acidentes se as pessoas fossem mais educadas. O fato é que a criançada é burra mesmo e não sabe que o lugar delas é o mais longe possível do asfalto, entretanto, o que elas podem fazer a respeito se os pais, como pedestres ou mesmo motoristas, não dão o exemplo adequado?!

Enquanto não criarem políticas de educação para todos os elementos do trânsito e não definirem regras de conduta para pedestres crescidinhos sujeitando-os à multas por desobediência, toda essas campanhas ao redor do país terão mais retorno político do que educativo. Nos enchem a cabeça com estatísticas duvidosas mas o que vemos diariamente no trânsito é a mesma história de sempre. O mal-educado não é o pedestre ou o motorista, é o ser humano. Londrina, apesar de pequena, tem problemas de trânsito de uma grande cidade e elementos como vias mal-planejadas, precariedade na sinalização, buracos no asfalto tapados com material vagabundo, excesso de catadores de papelão e, é claro, a falta de educação social da população não estão sendo tratados. Até agora, o que a CMTU fez foi uma obra escandalosa em torno do lago Igapó, criando uma ciclovia e unificando o sentido da pista. A inclusão do semáforo (mais um) na avenida Higienópolis obriga o motorista a respeitar a preferência naquele cruzamento onde vi um amigo motociclista voar alguns metros por causa de um taxista mal-educado, contudo, não acredito que o que tenha sido gasto tenha retornado proporcionalmente em estatísticas positivas de acidentes, mas sim em estatísticas de contentamento da população da região Bela Suíça/Gleba Palhano, que, de nível alto, geralmente só se preocupam com seus próprios umbigos e agora estão mais felizes por poderem passear com seus cachorros no horário de pico sem serem atrapalhados por terríveis pessoas que estão trabalhando. Como o eleitorado do senhor prefeito conta com a maior parte dos xiitas belinateiros que ficaram sem candidato após a cassação do mesmo, e sabemos que esses xiitas estão bem longe da região sul e tampouco fazem parte das pessoas que se preocupam em dar voltas no lago para manter o tanquinho musculoso, só restava ganhar a confiança dos ricos e dançar conforme a música. Se os pobres você ganha com promessas e obras inconsequentes que endividam os cofres da prefeitura, os ricos você ganha com benefícios luxuosos comumente disfarçados sob a alcunha de "meio-ambiente", "vida saudável" e afins.

Ah, claro. Voltando ao assunto da campanha. Não posso deixar de vê-la como outro instrumento de votos. Não tem nada muito elaborado, só falação para respeitar o pedestre e etc. Pode até ser que se trate de uma conquista ao eleitorado de classe baixa que ficaram confusos com essa recente briguinha de dondocas entre o Belinatti e o Barbosa. Convenhamos, beneficiar ainda mais o pedestre é vantagem integral exclusiva de quem vem lá do Cincão de Grande Londrina e anda o centro inteiro a pé porque não tem carro. E falando em Grande Londrina, é bom lembrar que se tem falado muito a respeito da reforma do Terminal Central. Pois então, seria isso?! A reforma do Terminal e as vantagens para pedestres para agradar o público pobre e a obra caríssima do lago Igapó para agradar aos donos-da-grana?! Raciocínio concluído. Melhoras eficazes no trânsito são apenas um sonho, é fato, e tudo isso não passa de jogatina política mas falta saber uma só coisa: depois de Londrina ter pedido arrego ao governo do estado devido às calamidades da tempestade e inúmeras árvores caídas e prejuízos dados por isso, a CMTU ficou obviamente no vermelho. De onde então surgiu dinheiro para a obra do lago e o investimento em material e mão-de-obra da campanha pública atual?! E para quem duvidou que o Barbosa teria exatamente a mesma estratégia política que Belinatti, engula essa. Eu diria que agora só falta aumentarem os impostos, mas já aumentaram. Enfim, quem se importa com impostos ou dívidas da prefeitura?! Temos uma ciclovia no lago, iupi!

domingo, 18 de outubro de 2009

Fazer Flex?!

Um dos motivos pelos quais eu parei de acompanhar revistas de motociclismo é por ter sido um leitor crente das matérias e que pensava estar sempre sabendo das coisas em primeira-mão. Ledo engano. A maior parte das matérias de revistas grandes, como a Duas Rodas, não passa de um aperfeiçoamento dos boatos e fotos vazadas ha muito na internet.
O último caso foi há algumas semanas, quando vazaram algumas fotos de uma suposta nova Fazer 250, da Yamaha. Foi bomba em tópicos da maioria dos forums da internet, principalmente no FOL.

Seguem as fotos vazadas:












































Eu acompnhei todas as páginas referentes ao vazamento dessas imagens em alguns forums e o interessante de participar deles é que você realmente está de frente com a novidade. Mesmo que a imagem tenha sido vazada num forum antes do outro, pude acompanhar a reação pessoal dos usuários e a cada detalhe que se ataram, como as escritas em kanji na balança da moto ou então a logomarca no fundo de uma foto que representa uma fornecedora de peças para a Yamaha Brasil, deduzindo-se que aquela foto ao menos foi tirada no Brasil. Muitas observações tornam o conteúdo dos forums mais denso que o conteúdo comercial das revistas. O trabalho é apenas filtrar a porcariada que dizem, mas vale a pena.

Esse post não pode ser mais um a tratar desse vazamento, mesmo porque tudo que era pra ter sido comentado já foi sugado até a última gota e basta dar uma procurada no Google para saber o quanto já aumentaram os boatos.
O meu intuito, como já deixei claro no começo, é falar sobre a estratégia de manipulação das revistas de motociclismo. É bem simples. A estratégia é vender. Vender novidades mesmo que sejam mentiras.
A última revista Duas Rodas ilustrou sua capa com a V-Max 2010, uma das motocicletas mais bonitas que já vi em toda minha vida, contudo, no rodapé, uma nota chamou muito mais a atenção de alguns do que a beleza da nova monstra da Yamaha.



SEGREDO! NOVA FAZER 250cc:
ELA CHEGA FLEX, COM DISCO TRASEIRO E PAINEL DIGITAL PELO MESMO PREÇO.

Só esse trecho já fez com que centenas de pessoas comprassem a revista. É obrigação de uma revista mostrar toda e qualquer novidade mas desde que deixem claro o que é boato, o que é verdade e o que é uma possibilidade. A verdade é que as fotos vazaram na internet e não se trata de uma montagem, já o destino aguarda.
Não há nenhuma evidência de que a Fazer virá flex e com o mesmo preço. O design, o disco e o painel são fotos que existem mas podem bem ser protótipos e a revista deveria deixar isso bem claro, mas talvez não vendam boatos tão bem quanto vendem falsas verdades.

Ao ler a matéria, tudo é falso. O escritor faz o leitor acreditar que aquela é uma notícia verídica e que a foto em questão é o que a Yamaha irá mostrar ano que vem. Não passa de uma montagem fuleira. Pegaram os desenhos das peças vazadas e colocaram num molde de Fazer 2009, sem alterar mais nada. Não é estranho que as fotos que vazaram são as únicas novidades da nova Fazer?! Não mexeram na tão reclamada tampa do tanque, nos piscas e tampouco no banco (uma parte da moto que a Yamaha adora mudar). Só tiveram o trabalho de adaptar o ângulo da foto das peças numa perspectiva de perfil da moto, coisa que qualquer jogador de CS sabe fazer num dia dedicado ao Photoshop.

"DUAS RODAS pesquisou, adicionou fontes e agora revela a primeira projeção da nova Fazer 250". Pesquisou o cacete! Fuçou em foruns e fez uma montagem medíocre para ilustrar uma matéria cretina. A matéria é tão imbecil que só trata de encher linguiça descrevendo detalhadamente a montagem porca juntamente com as fotos vazadas. Tudo não passa de probabilidades e boatos maquiados como verdade.

Meu conselho é: deixe de comprar revistas de motociclismo e economize dinheiro procurando gratuitamente por novidades na internet.

Para quem tiver interesse, deixo aqui os scans kibados do FOL, com créditos aos usuário FaustoFelix. Clique para ampliá-las.



quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Salão Duas Rodas 2009

Não teria época melhor para começar um blog crítico de motociclismo do que na semana do Salão Duas Rodas, onde acompanhamos o melhor das novidades para o próximo ano e desmascaramos todas as baboseiras maquiadas de novidades para enganar o pobre "motoqueiro" do Brasil.

Eu preferia ter ido pessoalmente ao Salão para redigir uma matéria com maior nível de detalhes, entretanto, forças maiores como a labuta e o capital me impediram de estar lá nesses dias. Estou chorando o leite que nem está todo derramado já que o evento começou oficialmente hoje, mas eu sei que não poderei mesmo ir, contudo, a santa internet já me deixou por dentro do que está rolando no Anhembi.
Vamos a um review das novidades das principais montadoras:

HONDA
A toda-poderosa não despejou muitas novidades no evento, já vem mostrando os trunfos durante o desenrolar desse ano e, pro Salão que é bom, quase nada. Não dá pra falar de tudo que a Honda fez nesse ano, foi uma pancada atrás da outra e, sem dúvida, a que mais chamou a atenção foi a prestigiada CB300. Os yamahentos já arrumaram mil significados para a sigla como "Carne de Boi", "Como Bebe", "Corrente Barulhenta" e etc... Os xiitas do lado de lá tem razões para infernizar os hondeiros. Que seja carne-de-boi, a Honda fica muito feliz em vender as motos como água, apesar de que alguns consumidores não se sentem muito felizes em comprar uma moto novinha 0km e estacioná-la ao lado de vinte idênticas no estacionamento do supermercado. Mas essa é a Honda e sempre foi assim! Comendo bem mais da metade do bolo do mercado de motos nacional, não poderia ser diferente. "Como bebe" é um exagero sem graça só pra encaixar nas iniciais. O apelido que mais faz jus é, sem dúvida, o referente ao barulho da relação. O quanto a Honda se importa com o consumidor a ponto de vender uma Twister maquiada de Hornet?! Qualé a do barulho chato? Se tiveram que mexer tanto na moto por conta do Promot, por que deixaram esse e outros problemas da Twister? São perguntas que não teremos resposta enquanto temos que engolir uma mini-Hornet com piscas ultrapassados e retrovisores de CG Titan.
Após o massacre em cima da CB300, de resto, não tenho muito o que reclamar. A Honda, que pareceu nunca se importar com o quesito design, deu uma guinada nos seus modelos que me deixou de queixo caído. Não por serem desenhos lindos, mas por ver a extremamente conservadora se curvar à carência do brasileiro por melhores designs. Até ano passado, a Yamaha contava com os melhores desenhos de motocicletas no Brasil, mas a Honda virou essa mesa e a richa entre as populares ficou feia quando saiu a nova CG Titan com desenho inovador (salvo a exceção daquele farol cabeçudo que poderia ter sido melhor). A Factor, que era uma mini-Fazer, já parece feinha perto da CG Titan. A XTZ 125 se olha no espelho e chora perto da linha 2010 da Bros, moto hoje que acredito ser o melhor custo-benefício da Honda. Ainda mais com essa história de mix. Quanto a eterna richa Twister x Fazer onde a Fazer sempre ganhou (estamos falando de design), a coisa parecia ser meio injusta pondo em comparação uma 250 contra uma 300 inspirada num modelo de moto extremamente bem-aceita, contudo, a Fazer continua mais chamativa e agressiva que a rival, com excessão do farol novamente (essa história de farol gera umas discussões tão controvérsias...).
As únicas coisas que podem ser disfarçadas de novidade são o fato de que a Honda eliminou a produção de streets de 125cc, pulando a CG Fan para 150cc, estratégia de remendo depois da falação sobre o farol-cabeça-de-formiga da Titan. A Fan será a Titan para quem não gostou do novo modelo e não abre mão da diferença de 25cc (a pizza chega mais quentinha numa 150). De quebra, tentaram consertar o farol com uma "puxadinha" nas laterais (pelo pouco que observei) e a pintura em preto na parte superior à la CB 300.

YAMAHA
Os fãs-encabrestados da Yamaha nem chegam perto dos xiitas da Honda, mas já enchem bastante o saco. Nesses últimos anos, a Yamaha deu motivos para ter uma legião de fãs idólatras pelas ótimas novidades e tecnologia excelente, mas agora os seguidores vão fazer carinhas tristes depois do que foi mostrado no Salão. Nos forums aleatórios, já escaparam uma fotos de uma suposta nova Fazer para bater de frente com a CB 300 e, em termos de projeto-vazado, parecia que a Yamaha não ia decepcionar o consumidor e ia mandar uma moto linda nas concessionárias. Ok, as fotos ainda podem significar algumas coisa, seria estupidez mostrar uma nova Fazer com o estoque cheio das velhas Fazers, mas não se trata só disso.
Já embalado no assunto da Fazer, não dá para ignorar o tapa na cara que a Yamaha deu nos consumidores apresentando uma NOVA Fazer de Edição Limitada, conhecida como LE. Tudo bem em fabricar modelos em poucas unidades com exclusividade, mas fabricar cinco mil unidades em 2007 e vir com uma edição especial idêntica em 2009?! E o pessoal que comprou LE e pagou mais caro pra ter uma moto mais rara?! As mudanças foram banais, a cor dos frisos e grafismos e a alteração do adesivo da parte superior da rabeta. Parece até que pintaram algumas Fazers encalhadas para despachar logo e mostrar uma novidade pro povo babar, assim que o estoque zerar.

O mais surpreendente de tudo foi o incrível lançamento da primeira motocicleta com limite territorial do Brasil: Factors em edições de clubes de futebol. Muitas vezes o brasileiro é imbecil por futebol, mas assim já é brincadeira. Se comprar uma moto do Palmeiras e morar em São Paulo, vai poder andar com segurança em uns 20% da área da cidade, ou você acha que se passar empinando uma motoca verde perto de alguma favela, não vai lhe acontecer nada?! Parece exagero?! Reflita novamente. Imagine um acidente de trânsito onde o motociclista com uma moto do São Paulo bate em um automóvel de um motorista corinthiano. Sabemos que em acidentes de trânsito, tendemos à furia e quando ficamos irritados, buscamos um motivo para culpar o outro. Ta aí. O motivo é que o cara é bambi e a porrada pode começar. Como se não bastasse, os grafismos são pobres e medonhos, parecem personalizações de moleques que aprenderam ontem a mexer com pintura eletrostática.
A única parada que valeu a pena no estande da Yamaha foi para apreciar a agressividade da V-Max, modelo que a gente já conhecia pela internet mas fomos apresentados só agora. Tive o prazer de vê-la bem de perto e é realmente muito bem trabalhada. O preço é que provavelmente não vai agradar e acabará tendo o mesmo rumo que a MT-03.


DAFRA
Honda e Yamaha... agora não seria Suzuki?! Não, a Suzuki tem feito tão pouco caso do consumidor de motos de baixa cilindrada que não vale a pena descrever sua participação no evento. Quer comprar Suzuki? Então que seja de GSX pra cima, ou então conte com o desdém da marca, da concessionária, do mecânico autorizado e até da tiazinha que faz o café na concessionária.

Bem, quando a Dafra apareceu, ou pelo menos quando eu notei sua existência no mercado nacional, vivia confundindo seus modelos com os da Traxx. Convenhamos, chinesas são todas iguais (sacaram, né?!). Hoje, ambas já tomaram caminhos bem diferentes e suas estratégias de venda já ficaram claras o suficiente para que não mais as confunda. A Dafra tem vendido muito porque alguém com muito dinheiro deve estar por trás do investimento em marketing. Comerciais com pessoas famosas e outdoors espalhados pelas cidades de uma hora pra outra. A montadora chegou fazendo barulho e tem conquistado o público de uma maneira curiosa.
Falar da Dafra daria uma boa matéria, ou um belo post, mas isso aqui (eu preciso lembrar) é sobre o Salão Duas Rodas!

A empresa veio com a Apache, uma moto feia que dói e não serve nem pra desculpa de moto-conceito (ainda bem que não se aproveitaram desse termo batido também). A Kansas não teve mudanças, o que não entendi, já que foi a moto que mais mostrou como o brasileiro é carente por motos nos estilos chopper/custom e não tem dinheiro para comprar as em atividade no mercado nacional atual. As únicas opções para quem insiste em ter uma moto pro dia-a-dia que rala no quebra-molas mas vale a pena pelo desenho que lembra uma moto maior, são Kansas e Intruder 125. Convenhamos que a Intruder tentou mas não deu certo. Acabou por ganhar o mercado como a moto dos Correios e de um ou outro doido que não sabe comprar motocicletas. Só eu vejo o descarado regresso em design?! Notem as semelhanças:


Enfim, com o ganho visual que a Kansas tem sobre a Intruder, poderia ter aproveitado para dar uma guinada extra no visual, mas acredito que as vendas andam tão bem (ainda mais com aquele comercial xarope de "custom mais vendida do Brasil") que preferiram não mexer no que está bom.
O que pode vingar aí é a scooter Smart 125 que virá com preço bem agradável. O maior público de scooters, acredito que seja formado por mulheres e há muito tempo que deixei de ver as garotas andando só de Biz. Já é comum a mulherada em Burgman, Neo, Web (as gordinhas vão de Laser)... a maioria compra porque é fácil de pilotar e é melhor, mais rápido e mais cheiroso que ir de ônibus ao trabalho/faculdade. Portanto, o baixo custo tem uma grande relevância nas scooters daqui.

SUNDOWN
A Sundown estava numa situação tão feia com a atualização do Promot e com as tretas de Hong Kong, que até um sócio minoritário da empresa apostou com o presidente, Walther Biselli, sua Santa Fé que a Sundown iria à falência. Que espécie de sócio é esse que aposta na falência da empresa que investe?! E ainda por cima um SUV Santa Fé (para quem não sabe, é um carro bem caro)! Esse pessoal que não sabe onde enfiar o dinheiro não deveria estar nesse mercado confuso que é o das motocicletas...
A situação ainda não é boa, até o presidente assume, mas falir não faliu. E, pelo jeito, está se reerguendo com dignidade. Mostrou várias modelos novos para bater de frente com as street populares, melhoraram o visual das famosas STX e STX Motard (que aliás é a motard mais barata do mercado e bem bonitinha), ressucitaram a chamativa V-Blade num contexto bem diferente e, de quebra, vieram com algumas motos dedicadas aos motoboys.
A estratégia é clara: público popular. Claro, uma empresa quebrada precisa vender muito do barato e não pouco do caro, certo?! A intenção é boa e a empreitada está forte. Se não for dessa vez, vai pro buraco e Sundown continuará como referência para bicicleta e protetor solar.
A Trimoto, que parece exclusiva para entregadores de água mineral e botijão de gás, não é uma má-idéia, principalmente agora com a legalização dos motoboys. Surgirão novos empregos e a demanda por veículos de carga aumentará consequentemente. É incômodo por não poder "voltá-la" ao estado de moto, já que é oficialmente um triciclo, e situações onde seria necessário deslocar o carrinho para, por exemplo, transportar uma pessoa, findarão. Mas a balança deve pesar mais para as qualidades. Com um triciclo dedicado, a empresa gasta menos em manutenção mecânica, já que a moto não é nenhuma gambiarra e sabe o que vai aguentar na suspensão; também gasta menos com gasolina, uma vez que o motoboy aumentará o número da carga e poderá fazer menos idas e vindas para reposição.
Desejo boa sorte para a Sundown. Eu não teria uma, mas a iniciativa pode ajudar nessa profissão tão sofrida, arriscada e explorada que é a de motoboy e ainda fornecer veículos baratos para quem não aguenta o seguro da Honda ou as revisões e peças da Yamaha.

TRAXX
Está aí uma que não mudou nada. Pode ter mostrado uma gama de novidades, mas continua na mesma. A velha chinesa que mantém o estereótipo de moto feia, barata e que quebra fácil.
A Jotto 125 já era feinha, agora conseguiram piorar com um desenho vazio e com uma cabeça copiada da CB 300. Não sei o que essa empresa ainda faz no mercado em plena crise mundial?! Não entendo muito de marketing, mas essas estratégias de cópia discarada dão certo?! Vejo muitos MP4, MP5, MP10 (onde isso vai parar?) de marca como SONIA, VAIC, IFONE e etc... mas agora também com motos?! Algum diabo teria coragem de comprar essa moto?!




E aquela tal de JH 600?! A primeira chinesa de 600cc veio com visual ultrapassado e, claro, mecânica duvidável, afinal, é Traxx. Se alguém vir um cidadão andando com aquilo na rua, por favor, apontem para que ele ache que está fazendo o maior sucesso, afinal, desgosto ele já vai ter demais.

Os únicos diferencias que a Traxx conseguiu mostrar no Salão foram as, inquestionavelmente, motos e modelos mais feias de todo o evento.



Há muito mais coisa para esculachar, mas o post já ficou longo demais e esse template horrível faz parecer ainda maior. Prometo mudar em breve.